Em Jundiaí, um projeto que nasceu para aquecer animais em situação de rua cresceu e se tornou uma verdadeira rede de afeto, aprendizado e solidariedade. O “Costuradinhos”, desenvolvido na Casa de Passagem, serviço da Prefeitura gerenciado pelo Serviço de Obras Sociais (SOS), une o cuidado com os pets ao fortalecimento de vínculos e à valorização de talentos entre os acolhidos.
O projeto teve início sob o nome de “Aquecidos”, com foco exclusivo na confecção de agasalhos para cães e gatos. Desde então, já são cinco anos de produção artesanal de roupinhas, coleiras, bandanas e outros itens voltados para animais abrigados em ONGs, acolhidos junto a seus tutores na própria Casa de Passagem ou ainda em situação de rua.
“O objetivo sempre foi levar conforto e dignidade também aos animais, especialmente aqueles que acompanham as pessoas em situação de rua. Com o tempo, o projeto foi se aperfeiçoando e passou a abranger uma variedade maior de produtos, por isso adotamos o nome ‘Costuradinhos’”, explica Melina Nucci de Oliveira, coordenadora técnica da Casa de Passagem.
A oficina funciona diariamente, das 8h às 18h, e é aberta a todas as pessoas acolhidas no espaço. Antes de iniciarem os trabalhos manuais, os participantes recebem uma orientação básica sobre costura com as oficineiras. A produção é feita a partir de moldes simples, e o acabamento final é realizado à máquina, com aplicação de etiquetas e fechamento com velcro.
Além das doações que são destinadas a ONGs, como a SOS Animais Abandonados e outras instituições de dentro e fora da cidade, os produtos também são comercializados a preços acessíveis. Toda a renda é revertida para a compra de novos materiais, garantindo a sustentabilidade do projeto.
“A gente acredita que é possível ensinar e aprender ao mesmo tempo. E esse aprendizado tem impacto na autoestima, na autonomia e no sentido de pertencimento de quem está aqui”, destaca Melina.
Aprendizado na prática
Para Paulo Henrique Trindade da Silva, acolhido na Casa de Passagem, a participação no projeto é também uma forma de expressão. “Eu uso as linhas para construir um futuro com carinho. O que a gente faz aqui é desenvolvimento, é arte, é olhar para o outro. Mesmo sem ter experiência com costura, estou aprendendo. E pretendo continuar, porque gosto de tudo que envolve arte e solidariedade.”
Segundo ele, a experiência também pode abrir portas mais adiante. “Lá na frente, essa prática pode até se transformar em uma fonte de renda.”
Acolhimento aos animais
A Casa de Passagem também acolhe os animais que chegam com seus tutores, mantendo um canil no local. Esses pets são os primeiros a receber os produtos confeccionados ali mesmo, dentro do projeto. O cuidado com os animais é parte essencial do acolhimento, reforçando o vínculo entre tutor e pet durante o período de permanência no serviço.
Doações para o projeto
O projeto “Costuradinhos” aceita doações de tecidos como plush e soft, que são os mais utilizados na confecção. As entregas podem ser feitas diretamente na Casa de Passagem, localizada na Av. Aristeu Dagnoni, 15 – Vila Argos Velha. Ou entre em contato por meio do telefone (11) 98531-0136 ou das redes sociais.
Assessoria de Imprensa
Fotos: Fotógrafos PMJ
